Appaloosa
Sem pretensão de reinventar o gênero, Ed Harris realiza um faroeste competente em Appaloosa – Uma Cidade sem Lei, a sua segunda experiência como director. A primeira foi em 2000, com o drama biográfico Pollock, sobre o pintor Jackson Pollock, que rendeu um Oscar de atriz coadjuvante para Marcia Gay Harden.
Actor veterano, com quatro indicações ao Oscar, a última delas como coadjuvante em “As Horas” (2002), Harris multiplica-se aqui como actor, director, co-produtor e co-roteirista neste filme em que é o protagonista, mas deixa o posto de herói para Viggo Mortensen (‘O Senhor dos Anéis”).
Mortensen dá um show de subtileza na pele de Everett Hitch, o fiel, calado e bom de tiro assistente do ainda mais sisudo xerife Virgil Cole (Harris). Hitch sempre está de olho vivo e dedo no gatilho de uma imensa espingarda quando os vilões estão por perto. O maior deles, o rancheiro Randall Bragg (Jeremy Irons, de Império dos Sonhos).
Conflito básico: no ano de 1882, a cidade de Appaloosa está atormentada por Bragg e seus bandoleiros, que ditam a sua lei e matam quem querem. Cole e Hitch são contratados para impor uma outra ordem, depois que o último xerife sumiu – e nem seu corpo foi encontrado.
A nova dupla começa por impor um novo conjunto de regras, que é colado atrás da porta do novo xerife. Na lista fala-se de tudo, até da proibição de portar armas na cidade. Fica claro que o chefão Bragg não vai se conformar com isso.
Enquanto o grande confronto não chega, quem desembarca na cidade é uma viúva, Alison French (Renée Zelwegger, de “Miss Potter”). Uma estranha no ninho, cuja função na história vai se esclarecer bem adiante. Antes disso, o coração endurecido do xerife balança forte por ela.
Baseado em livro de Robert Parker, o roteiro de Harris e Robert Knot reserva uma boa cena de tribunal – com direito a discurso inspirado do réu Bragg – e diversas reviravoltas. Não decepciona os fãs de clássicos do gênero nem espanta os não tão apegados assim. A violência não é excessiva mas surge em todas as cenas onde se poderia esperar.
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