O cartoonista político norte-americano Steve Brodner apelida George W. Bush de “equívoco” e um “acidente da história”, descrevendo Barack Obama como “um livro aberto”.
O ilustrador, de 54 anos e com trabalhos publicados em órgãos como o “The New Yorker”, “Rolling Stone”, “Esquire”, “The New York Times” e “The Village Voice”, descreveu George W. Bush como “um equívoco”. “Foi um acidente da história. Bush é uma pessoa sem qualificações para ser presidente do que quer que seja. Conheci-o antes de ser eleito presidente dos EUA e gostei muito dele, no sentido em que pensei que poderia ser uma pessoa muito interessante para gerir um negócio de venda de carros usados”, sublinha.
Já sobre Barack Obama, actual presidente norte-americano, o ilustrador interpreta-o como “um livro aberto”. “Não sabemos, enquanto cartoonistas, o que fazer dele. Muitas pessoas esperam boas coisas da sua governação. Obama terá de balancear o poder que existe nos EUA nas mãos de pessoas poderosas com as necessidades das pessoas comuns. A questão é saber se tem capacidade para gerir tudo isto”, acrescentou.
Steve Brodner descreveu a profissão de ilustrador como a de “Artista narrativo”. “Há poucas diferenças entre o nosso trabalho e o dos cineastas, escritores ou artistas de comics, todos envolvidos em contar uma história. Ao narrar uma história temos de organizar os elementos de forma a fazer o maior sentido na mente de um estranho. É combinando todos estes elementos que se atinge o poder e a magia”, remata.
O autor descreve a opção por trabalhos de cariz político como resultado de sempre ter sido “politicamente alerta e consciente, talvez por ter crescido nos anos 60, altura de grande preocupação sobre situações que estavam a correr de forma terrivelmente errada. Cresci rodeado por pessoas sem medo de se oporem à guerra no Vietname, de se revoltarem contra a opressão de minorias, promovendo ao mesmo tempo direitos civis e de igualdade, é desse meio que venho”, esclarece.
Steve Brodner acredita que os cartoons têm evoluído por “caminhos muito interessantes”. O norte-americano afirmou estarmos actualmente na presença de “um movimento muito vigoroso na área dos comics e novelas gráficas, poderosíssimas em todo o mundo e que se ligam a filmes, que por sua vez se ligam à Internet, ao cinema, etc. Existe uma grande complementaridade entre tudo isto”.