O Congresso Nacional Africano (ANC), partido símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul, enfrenta nesta quarta-feira, 22, o seu maior desafio nas urnas desde que chegou ao poder, em 1994. O partido de Nelson Mandela, que manteve a hegemonia política na África do Sul nos últimos 15 anos, deve vencer as eleições desta quarta-feira e indicar o seu líder, Jacob Zuma, para a Presidência do país. No entanto, o ANC pode sair das eleições sul-africanas sem a maioria de dois terços no Parlamento, necessária para alterar a Constituição.
Mais de 23 milhões de eleitores estão registados para votar nas eleições nacionais e provinciais da maior economia da África. Os resultados oficiais devem ser divulgados apenas na sexta-feira.
Cercado de escândalos – entre eles um suposto estupro de uma mulher HIV positivo -, Zuma deve tornar-se o quarto presidente escolhido democraticamente, mas terá trabalho para assegurar aos investidores que o seu governo manterá as políticas que criaram o maior período de crescimento econômico da história da África do Sul.
Analistas dizem que a maioria de 70% que o ANC tem hoje na Assembleia Nacional pode ser reduzida para entre 60 e 65%. Se o partido obtiver menos de dois terços do Parlamento, dependerá de acordos com os outras legendas para aprovar qualquer emenda na Constituição.