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Exposição de fotografias mostra diplomacia do jazz durante Guerra Fria

Posted in Africa, Comportamento, História, jazz, Política, Política Internacional, Word Music with tags , on 9 de Abril de 2010 by gm54

O Departamento de Estado americano usou Duke Ellington, Louis Amstrong, Miles Davis e outros ícones do jazz como embaixadores culturais com fins políticos durante a Guerra Fria, conforme evidencia uma exposição de fotos em Tel Aviv.

Trata-se de uma exposição de 45 fotografias que exemplificam os peculiares e até há pouco desconhecidos esforços diplomáticos empreendidos em 25 países durante um quarto de século pelos astros da música norte-americana.

Intitulada “America’s Jazz Ambassadors Embrace the World” (“Os embaixadores americanos do jazz percorrem o mundo”, em tradução livre), a exibição é fiel reflexo da estratégia de Washington de recorrer às figuras do jazz para cativar os seus inimigos de meados dos anos 50 até fins dos 70.

Tal período inclui eventos históricos como a Crise dos Mísseis em Cuba (1962), a invasão soviética da Tchecoslováquia (1968) e a Guerra do Vietnam (1959-1975). Alguns deles custaram a Washington tensões com Moscovo e, outros, o descrédito em boa parte do mundo.

Para remediar a situação, a diplomacia americana decidiu enviar os gigantes do jazz aos quatro pontos cardeais que então contavam em termos de sedução ideológica: o Islão, a América Latina, a África Subsaariana e o bloco soviético.

O objectivo era apresentar o jazz como a face amável da cultura americana e como sinônimo de liberdade. A exposição apresenta diversas fotos históricas dos personagens retratados e o contexto diplomático de cada situação.

Entre as imagens, há cenas como a de Louis Amstrong a jogar pebolim com Kwame Nkrumah – pai do pan-africanismo e da independência de Gana -, tocando trompete sobre um camelo nas pirâmides de Giza e rodeado de crianças numa escola do Cairo.

Em outras, Dizzy Gillespie dirige uma motocicleta nas ruas de Zagreb, na antiga Jugoslávia de Tito, e utiliza as notas do seu trompete para estimular a dança de uma cobra em Karachi, no Paquistão.

A exposição também mostra o pianista Dave Brubeck a dar um show numa gélida Varsóvia ou a aterrar no aeroporto de uma calorosa Bagdad, por onde Duke Ellington também passou na mesma campanha e onde, além de tocar piano, fumou pela primeira vez um cachimbo d’água.

Ellington também viajou para Adis-Abeba para se reunir com o imperador Halie Selassie e a Dacar para ser condecorado com todas as honras por Leopoldo Sedar Senghor, pai da independência senegalesa e criador do conceito humanístico de “negritude”. Já Miles Davis aparece na exposição com a sua banda encantando o público de Belgrado.

Mas o grande destaque é uma foto na qual Benny Goodman cumprimenta Nikita Khrushchov quando ainda estava longe o reatamento diplomático entre Moscovo e Washington.

Nada era por acaso. Se para as viagens à África Negra se escolhiam músicos afro-americanos, para as visitas à antiga União Soviética se preferia brancos como Goodman, que interpretava jazz mas também música clássica europeia, muito apreciada em Moscovo.

A política do Departamento de Estado de fazer amigos através da música terminou antes do início da década de 80 e devido à oposição republicana de se gastar o dinheiro do contribuinte em empresas culturais e num gênero como o jazz.

Para o organizador da exposição, Doron Polak, “foi um grande êxito. A diplomacia do jazz conseguiu que a cultura americana se espalhasse pelo mundo como algo de todos.

Para melhorar a imagem dos Estados Unidos não havia música melhor para se escolher”.

“Podia ter-se optado pelo country, mas é uma música demasiado local, muito pouco universalista”, disse Polak em declarações à Agência Efe. Segundo ele, “foi uma iniciativa para utilizar a arte com fins políticos e de propaganda”.

Lembrou, no entanto, que “a utilização da arte para esses fins sempre existiu e continuará a existir”.

Moçambicanos celebram a festa do Ukanyi

Posted in Africa, Comportamento, Moçambique with tags , on 4 de Fevereiro de 2010 by gm54

Bebedores do Ukanye, utilizando cabaças, debaixo de um canhueiro, algures no sul de Moçambique

As comunidades da região sul de Moçambique estão em festa, tudo porque se está na época de ukanyi, vinho tradicional produzido a partir da fermentação do suco do fruto do canhoeiro.

Nesta época do ano assiste-se diariamente e, em especial, aos fim-de-semana, uma procissão de citadinos para as zonas suburbanas, incluindo alguns distritos das províncias de Maputo e Gaza, com agenda única: o consumo de ukanyi, uma bebida bastante apreciada, sobretudo, pelo seu valor social.

Diga-se, em abono da verdade, é também o momento do verdadeiro turismo doméstico.

Para um conhecimento mais aprofundado do assunto, a seguir algumas notas extraidas de um estudo realizado pelo Instituto de Investigação Sócio-Cultural (ARPAC), intitulado “Ritual das Primícias de Ukanyi”.

Ukanyi é um tipo de vinho tradicional de baixo teor alcoólico bastante apreciado, não somente pelo valor sócio-cultural que encerram as sessões de consumo, mas também pela sua conotação afrodisíaca. De facto, ao longo de gerações, o ukanyi tem sido objecto de muitos debates com relação à sua conotação afrodisíaca. Algumas pessoas se esforçam em consumi-lo, supostamente para o aumento da sua virilidade. Outras especulam negativamente em relação as tais propriedades.

O facto é que até agora não há confirmação científica. As conotações afrodisíacas são do domínio de crenças, essas propriedades têm sido atribuídas somente a uma parte de ukanyi, nomeadamente o hongwe que é a parte densa da bebida que fica no fundo do recipiente.

Tradicionalmente o hongwe era servido aos jovens de ambos sexos, como forma de dota-los de capacidades para uma melhor actividade sexual.

O suposto efeito afrodisíaco de ukanyi tem levado à tomada de medidas cautelares, durante os convívios, com a separação e distanciamento dos locais de dejecção, por sexo. Por outro lado, tem-se assistido à exposição de cordas para serem usadas contra os que perturbam a ordem e tranquilidade da festa de ukanyi.

A FESTA DA FAMÍLIA

Nos tempos idos a frutificação, fabrico e posterior consumo de ukanyi marcava a transição do ano no seio das comunidades. Uma outra importância associada ao ukanyi está relacionada, por um lado, com o fortalecimento das relações sociais e, por outro, com a criação de novos laços de solidariedade. É durante a época de ukanyi que se registam com maior frequência visitas entre indivíduos pertencentes a uma mesma família, incluindo membros de diferentes comunidades.

Durante o ano muitos membros das famílias ficam dispersos, cada um nos seus afazeres, mas chegada a época de ukanyi, as pessoas concentram-se, aproximam-se para conviver e discutir vários assuntos ligados à sua vida e a da sua comunidade. É também nesta ocasião que se fazem novas amizades.

O ritual de ukanyi cria e fortifica as redes de solidariedade entre habitantes de diferentes ecossistemas, o que por sua vez se revela importante na resposta às crises provocadas por calamidades naturais, no âmbito da segurança alimentar ou ruptura de reservas de sementes para a agricultura.

No que se refere à dimensão espiritual, o ukanyi reveste-se de uma importância crucial na manutenção do equilíbrio social. A época de ukanyi é vista com a fase de maior aproximação das populações locais aos espíritos dos seus antepassados, para fazer preces de vária ordem, tendo como finalidade a busca de um equilíbrio cosmológico, o que levou a sacralização da bebida e transformou-a num produto de venda proibida.

Para as comunidades do sul de Moçambique, o fabrico de ukanyi tornou-se numa das actividades que acompanham alguns momentos da sua vida. Com efeito, o ukanyi é indispensável nos eventos sócio-culturais, quer no seio da família, quer das comunidades.

RITUAIS ASSOCIADOS

Nas celebrações relacionadas com ukanyi, o seu consumo segue algumas regras costumeiras, nomeadamente três rituais fundamentais (kuphahla ukanyi, xikuwha e kuhayeka mindzeko), ou seja, as fases de abertura, festa e encerramento, respectivamente.

Estes rituais condicionam, na visão comunitária, o sucesso de toda a época de ukanyi, pois, supõe-se que esta bebida também alimenta os antepassados.

Todas as comunidades, independentemente do contexto social, realizam acções de modo a atingirem certa finalidade, seja política, económica ou cultural. Grosso modo, os ritos praticados testemunham a grande necessidade que o Homem tem de estar em harmonia com o cosmos.

Do ponto de vista mais pragmático, o ritual consiste na operacionalização de uma crença ou mais crenças, trazendo à superfície determinadas normas, valores e tradições comunitárias.

É neste contexto que o consumo de algumas bebidas tradicionais no seio das comunidades toma em consideração uma conjugação de factores sócio-culturais inerentes a cada grupo social. O ukanyi não é excepção. O seu consumo observa alguns rituais e mitos transmitidos de geração em geração, na base da oralidade.

Com efeito, para se proceder com o consumo de ukanyi, existem algumas regras a serem respeitadas: é preciso que o chefe de cada comunidade comece, em presença dos seus súbditos, o kuluma (ritual da abertura da época e o seu sentido ritual é tirar por certas cerimónias o carácter nocivo de um certo alimento) e só depois é que estes podem beber livremente nas suas povoações.

Tal acontece até hoje, o consumo liberalizado de ukanyi é antecedido por um ritual de abertura, conduzido por líderes comunitários, onde são evocados os espíritos dos antepassados. Este ritual é designado, de forma genérica por Kuphaha ukanyi.

IMPORTÂNCIA DO CANHOEIRO

O canhueiro, carregado do fruto já maduro

O canhoeiro possui uma grande importância para as comunidades. Nalgumas, reveste-se de valores associados à sacralidade, noutras a aspectos políticos utilitários. Estas qualidades, por um lado, tornam esta árvore mítica e especial, no contexto da preservação cultural e, por outro lado, inserem-na na vivência política e quotidiana das comunidades.

A respeito da sacralidade, esta surge como uma tentativa de interpretação do mundo e, sobretudo de busca de tranquilidade espiritual. Trata-se de um fenómeno antigo, adoptado numa primeira fase para o estabelecimento de uma feliz convivência entre o mundo animal e o humano e depois, como uma resposta às dinâmicas societárias.

Com efeito, o canhoeiro acabou fazendo parte da cosmovisão e do modus vivendi das comunidades da África Austral, em geral, e de Moçambique, em particular.

Em suma, embora não seja de carácter obrigatório, variando de comunidade para comunidade, o canhoeiro é usado para as cerimónias de veneração ou evocação de espíritos dos antepassados (localmente, ou melhor, na região sul do país, apelidados por “gandzelo”).

No concernente aos aspectos políticos, o canhoeiro está associado a aspectos como a lealdade às tradições e o respeito aos símbolos comunitários. É neste contexto, que se estabelece a relação entre o canhoeiro e os aspectos políticos, pois, no seio das comunidades, esta árvore simboliza o poder do chefe tradicional.

O canhoeiro é das árvores que os líderes comunitários e seus súbditos se sentam à sua sombra, discutem e resolvem os vários problemas que afectam a comunidade.

Os frutos do canhoeiro em Moçambique caem somente de Janeiro a Março. Nas suas múltiplas utilidades figura também o processamento e fabrico de jam de fruta, doces variados, vinagre e xarope anti-tússico. Entretanto, as comunidades usam mais para o fabrico de sumo.

Refere-se igualmente, que na província da Zambézia, centro do país, os frutos do canhoeiro são colocados ao redor das machambas para afugentar algumas pragas, especialmente os ratos.

APLICAÇÃO MEDICINAL

O fruto, já maduro, pronto para ser esprimido e fermentado

No âmbito da medicina tradicional, as aplicações do canhoeiro se inserem no domínio do conhecimento tradicional ou local.

As comunidades usam a casca interna para o tratamento da malária, tosse, aftas, hemorróides, bem como no alívio às picadas de escorpiões e cobras. A raiz é usada como antidiarreico. As folhas são fervidas, produzindo-se um chá, usado no tratamento de má-digestão e na cura de dores de ouvido.

A casca do tronco é usada para variados fins medicinais.

TIMONGO

A semente do canhoeiro, localmente designado por “fula” é usada, após o processo do fabrico do sumo (ukanyi) para extrair a amêndoa (timongo) que as comunidades usam como tempero na confecção de diversos alimentos.

A amêndoa, melhor o timongo, é também iguaria, servida para acompanhar o consumo de bebidas alcoólicas ou ara servir a pessoas de importância especial, como o chefe da família, o filho ou o neto mais amado.

O consumo do timongo é um indicador social da posição hierárquica reservada à alguém e, em geral, de admiração ou respeito no quadro das relações de parentesco. Assim, o consumo do timongo permite evidenciar o status social do individuo, distinguindo-o dos demais.

CANÇÕES TÍPICAS: CANÇÃO I

He masseve kundjani

Swakala leswi unga ni mahela swona

Swakala

He masseve kundjani

Swakala leswi unga ni mahela swona

(Explicação do sentido em português)

Minha/meu comadre/compadre

É muito raro o que me proporcionaste)

Canção II

Hoyo hoyo Massevee …

Hoyo hoyo masseve

Axirwala xa ukanyi xikala ngopfu masseve

Hinga tsama hindau nita kurungulisa

(Explicação do sentido em português)

Bem-vindo compadre

Uma oferenda de ukanyi não se ganha todos os das

Por issso, seja bem-vindo compadre

Sente-se aqui deste lado para saber da vossa saúde)

UMA DAS CANÇÕES QUE SE REFEREM AO EFEITO AFRODISÍACO DO HONGWE

Bava Matavele

Hi nga hi lavela mathando loko litxona

Há hela hi hongwe

Hahelóoo!

Hahela hi hongwé loko litxona

Hahela hi hongwe

Gwelani Matavele a hilavela mathand loko litxona

Ha hela hi hongwe

(Tradução em português)

Senhor Matavela!

Pedimos para nos arranjar companheiros

Porque não suportamos tanta excitação por causa da escória do canhú.

Brasileiro que fotografou independência de Moçambique expõe em Tóquio

Posted in Africa, Fotografia with tags , , , , on 24 de Outubro de 2009 by gm54

SEBASTIAO SALGADO/ENTREVISTA

O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado apresentou nesta sexta-feira (23) no Japão a sua mostra “África”, um trabalho de mais de 30 anos no continente.  Com as suas fotografias, ele diz querer “contar histórias” que necessitam do compromisso da imprensa e das ONG para poderem ser mudadas.

A exposição “África” começa este sábado e vai até o dia 13 de dezembro, no Museu Metropolitano de Fotografia de Tóquio. Salgado, de 65 anos, viajou por todo o mundo fotografando pessoas e lugares com as suas  imagens em preto e branco e que já lhe renderam diversos prêmios internacionais, consideradas por ele “mais intensas” que as composições em cor.

Na sua opinião, os protagonistas de suas fotos “podem ser pessoas empobrecidas, mas não deprimidas, nem miseráveis”. Nas suas viagens por África, Salgado teve a oportunidade de retratar o processo de independência de Angola e Moçambique e tragédias humanitárias como a crise de fome na África Central ou os deslocamentos de comunidades no Ruanda.

O fotógrafo brasileiro disse que o fotojornalista actual precisa “emoldurar o seu trabalho na realidade. Para isso, é necessário ter conhecimentos amplos em economia, sociologia e geopolítica”, e não somente um domínio técnico.

O fotógrafo disse ainda que o jornalismo tem que ser honesto, ter controle e não fomentar estereótipos, diferente do que acontece actualmente.

Na opinião de Salgado, os protagonistas das suas fotos "podem ser pessoas empobrecidas, mas não deprimidas, nem miseráveis".

Na opinião de Salgado, os protagonistas das suas fotos "podem ser pessoas empobrecidas, mas não deprimidas, nem miseráveis".

Para Salgado, continentes como a África ou a América Latina estão a viver uma época de desenvolvimento e crescimento, como é o caso de Botswana e África do Sul ou Argentina e Brasil.

“A África não é um continente subdesenvolvido, tem o desenvolvimento que tem. Está a procura da sua identidade. Os pobres não necessitam de piedade ou de caridade, mas compressão e assistência”, ressaltou Salgado.

O fotógrafo disse ainda que com a chegada dos Jogos Olímpicos ao Rio de Janeiro em 2016 “será feita justiça”, pois é necessário que o hemisfério sul e a América Latina organizem aquele acontecimento mundial.

Filme “A Ilha dos Espíritos” apresentado na sede da UNESCO em Paris

Posted in Africa, Cinema, História with tags , , , on 14 de Outubro de 2009 by gm54
A película aborda a história da Ilha de Moçambique, que muito antes de dar o nome ao país, durante séculos, teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegadores do Oriente e do Ocidente que procuravam alargar as fronteiras do mundo

A película aborda a história da Ilha de Moçambique, que muito antes de dar o nome ao país, durante séculos, teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegadores do Oriente e do Ocidente que procuravam alargar as fronteiras do mundo

O filme moçambicano, “A Ilha dos Espíritos”, sobre a Ilha de Moçambique, foi projectado para um auditório constituído pelos participantes da 35ª. Conferência Geral da Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas (UNESCO), que decorreu na sua sede, Paris, semana passada. A projecção fez parte de uma sessão especial sobre Moçambique, que teve como tema a “Diversidade Cultural e Desenvolvimento Sustentável”.

“A Ilha dos Espíritos”, um documentário de 63 minutos, foi realizado por Licínio de Azevedo e co-produzido pela Ebano Multimédia e Technoserve. Foi estreiado durante o IV Dockanema, Festival do Filme Documentário, que decorreu em Maputo de 11 a 20 de setembro último.

A película aborda a história da Ilha de Moçambique, que muito antes de dar o nome ao país, durante séculos, teve um papel fundamental no Oceano Índico, como ponto de escala para navegadores do Oriente e do Ocidente que procuravam alargar as fronteiras do mundo conhecido até então. Nela (película) intervêem um historiador especializado na ilha e um arqueólogo marítimo que traz à superfície tesouros há muito perdidos em naufrágios.

O quotodiano dos habitantes da Ilha de Moçambique, actividades, hábitos, cultura, é nos dado a conhecer por inúmeros outros personagens: um pescador que relata as aventuras na sua frágil embarcação; o “porteiro” da ilha que controla quem entra e sai dela pela ponte que a liga ao continente; uma famosa dançarina e animadora cultural; uma coleccionadora de capulanas e jóias antigas; uma conhecedora dos seres mágicos que povoam o imaginário colectivo dos ilheus.