Arquivo de jazz

Mundinho: um falcão entre a luz e a penunbra

Posted in Uncategorized with tags , , , on 19 de Outubro de 2009 by gm54

mundinho

Mundinho será daqueles músicos que nunca tocará nada sem ter a certeza daquilo que vai fazer. É um homem com o qual se deve ter cuidado na conversa, porque, como nas claves, que sustentam toda a sua vida, exigirá que as palavras sejam talhadas com responsabilidade. Está agora a caminho dos 70 – completa- os no dia 1 de Fevereiro de 2010 – e vive entre a luz e a penumbra, ou seja, é conhecido por muitos, mas muitos mais ainda o desconhecem. Por causa de mal-entendidos de algumas pessoas intelectualmente despreparadas, em certas ocasiões fi ca com medo de exprimir a sua opinião honesta. “Por vezes aparece alguém a perguntar-me se o fulano ou sicrano toca bem ou não determinado instrumento e eu respondo: sim, toca bem, mesmo sabendo que isso não é verdade.

O problema é que as pessoas não querem ouvir as verdades e eu também já não tenho idade para aguentar as farpas que virão depois disso”. Toca jazz standard, sem que isso lhe impeça de passar por outros estilos, como por exemplo a bossa nova, que ele nunca desgostou. “A bossa nova tem uma harmonia fantástica, como tem harmonia toda a música que é feita pelos brasileiros”, e Mundinho deixase cair facilmente nessa tentação. Mas será no jazz onde vamos encontrar a forte marca deste homem que vive hoje tranquilamente no bairro do Aeroporto, na cidade de Maputo.

Fomos à sua casa num dia desses, tendo como mote uma série de manifestações que estão sendo organizadas por um dos seus fi lhos: Adeodato, com vista a assinalar os 70 anos de vida de um homem que passou a vida inteira a cantar o tempo com instrumentos musicais. Um verdadeiro falcão que se revolta quando, no palco, no seu desempenho, é interrompido por indivíduos que não têm nenhuma cultura de jazz. “Como é que você vai fazer barulho, falando mais alto que os instrumentos, numa sessão de jazz? O jazz não é para qualquer pessoa. Fiquei desapontado no “Gil Vicente” quando, ao tocarmos, vezes sem conta apareciam ali pessoas embriagadas a manifestarem-se de forma negativa. Acho que se devem equilibrar os comportamentos para cada lugar”.

No semblante deste homem nota-se facilmente o sentido de vida. Parece um tigre que perscruta. Ou seja, recebeu-me com desconfiança na sua casa e eu percebi isso. Porém, passado pouco tempo de conversa, sentiuse impelido a abrir-se. Levou-me ao seu arsenal, onde, para além do piano vertical que me mostrou, deixoume contemplar mais cinco pianos eléctricos, um violão, uma bateria, uma guitarra e dois instrumentos de sopro. “Quando acordo fico sem saber que instrumento tocar para preencher os meus sentimentos. Se eu não toco não vivo”. E Mundinho toca aqueles instrumentos todos. O cachimbo é um adereço que faz parte do status deste artista. Fica mais tempo nas mãos do que propriamente nos lábios.

“Mas eu venho fumando desde os meus 20/22 anos, intercalando com cigarrilhas e charutos”. E isso é espantoso porque quando olhamos para o rosto do jazz-man, ele não está degradado. “Nunca tive problemas de saúde por causa do tabaco”

70 ANOS

pianistaSobre os eventos que Adeodato está a organizar em homenagem ao seu pai, Mundinho diz sentir-se bastante honrado. “Estou naturalmente feliz por esta iniciativa do meu fi lho. É uma forma de mostrar às pessoas que eu existo e fazer com que os que não me conhecem saibam quem é Mundinho”. Este músico apresenta-se em público pela primeira vez em 1956, com apenas 16 anos, no “Aquário” (uma casa de pasto famosa na altura, na então cidade de Lourenço Marques).

E daí para a frente foi uma espécie de turbilhão, que nunca mais parou de perfurar. Misturou-se, no seu percurso, com grandes nomes desse tempo, os quais se confundem até hoje, com o seu sucesso. Estamos a falar, por exemplo, de João Franco Dantier, Luís Franco Dantier, Fernando Chichorro, Mário Confaque, Alex Govers, Joel Libombo e o grande Daíco, um guitarrista alucinante que recebeu, pela Associação Africana, a primeira guitarra eléctrica em Moçambique. Mas estes são apenas alguns nomes de uma enxurrada deles, daquele tempo de mitos, porque hoje podemos encontrar Mundinho entre a nata dos melhores jazistas deste tempo. Apesar de Mundinho ser um pianista por excelência, e bom executante de outros instrumentos, poucas vezes – para um músico do seu gabarito – aparece em casas de especialidade.

“Já não tenho idade para tocar por meia dúzias de amendoins. Não vou porque não querem pagar. Os músicos devem ser bem pagos e aqui no nosso país, infelizmente, não está a acontecer isso”. Ainda na senda dos pagamentos, Mundinho recorda- nos que é afi nador de pianos. “Uma vez chamaram- me para o Hotel Polana e perguntaram-me quanto é que queria que me pagassem para afi nar um piano que estava parado há bastante tempo. Pedi 500 dólares e eles dispensaram os meus serviços. Foram contratar um sul-africano que, de certeza absoluta, pediu muito mais do que eu.

O resto você pode perceber o que é que signifi ca”. O músico sente-se – apesar de estar realizado de uma forma geral – desapontado com algumas situações do seu país, onde se nota facilmente que o músico não é devidamente valorizado. Mundinho tem um disco gravado – ainda sem título – com os músicos Filipinho e Edgar Wilson. “Esta obra ainda tem de ser aperfeiçoada. Vai sair no seu devido tempo”. E enquanto o disco não sai, Mundinho está a caminho dos 70 e, quando olha para trás, deixou um caminho feito de trabalho e música bem feita.

Morreu o pioneiro do jazz moderno George Russell

Posted in Uncategorized with tags , , , on 29 de Julho de 2009 by gm54
Russell foi um dos principais autores do jazz moderno do pós-guerra

Russell foi um dos principais autores do jazz moderno do pós-guerra

Russell morreu ontem à noite em Boston (no noroeste do estado de Massachusetts) devido a complicações da doença de Alzheimer.

Russell foi um dos principais autores do jazz moderno do pós-guerra. Trabalhou com Miles Davis, Charlie Parker e John Coltrane. Dirigiu a sua própria orquestra, a Internacional Living Time Orchestra. Em 1953 consagrou-se um dos maiores teóricos do jazz, quando escreveu “Lydian Chromatic Concept of Tonal Organisation”, obra de referência nos estudos do jazz.

Leccionou na Universidade de Boston, recebeu vários prémios Grammy e o reconhecimento da comunidade musical americana que lhe atribuiu diversas recompensas.

Nos anos 1940, Russell criou para a orquestra de Dizzy Gillespie a primeira fusão do jazz com ritmos africanos e cubanos, “Cubano be, Cubano bop”, apresentada em 1947, no Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Na década seguinte alcança maior fama com o álbum “The Jazz Workshop”, onde figuravam sonoridades de jazz-rock que surgiriam em força somente vinte anos depois.

Prince faz o primeiro de dois shows no Festival de Montreux

Posted in Word Music with tags , , , , on 20 de Julho de 2009 by gm54
Prince esconde dos jornalistas o rosto

Prince esconde dos jornalistas o rosto

O cantor americano Prince atendeu no sábado, 18, às expectativas de um público de quatro mil pessoas, no primeiro dos dois shows que encerraram o Festival de Jazz de Montreux, os únicos que fará este ano na Europa.

When I Lay My Hands On You abriu o concerto, em que o cantor esteve acompanhado por uma versão menor da sua banda, já que apenas quatro o acompanharam no show.

O grupo tinha ensaiado 11 canções, mas tocou 17. A diferença saiu do improviso, em que temas dos anos 80, como Little Red Corvette e Somewhere Here on the Earth, apareciam entre sons mais recentes, como Elixir.

O orçamento dos dois shows chega a 1 milhão de euros, que foram cobertos apenas pela venda de ingressos, esgotados em menos de oito minutos na internet.

Espectáculos: para ver e não para ouvir

Posted in Uncategorized with tags , , , , , , on 18 de Julho de 2009 by gm54

Collage Poster ao jazz

Por Edmundo Galiza Matos

“Os músicos podem ser muito diferentes mas o objectivo é sempre o mesmo: tocar as pessoas emocionalmente através do som”. Brandford Marsalis, “Público”

Amigos meus e ocasionais ouvintes do “Clube dos Entas” têm estranhado o facto de nunca me terem enxergado nos espectáculos de música realizados nas cidades de Maputo e Matola. Consideram até que, sendo eu produtor de um programa de rádio, mais virado para a música e para factos com ela relacionados, seria natural que me interessasse também pelos eventos que amiúde têm lugar nas duas cidades. Até para me documentar e informar sobre a quantas anda a nossa música…

Porque nunca fui capaz de lhes satisfazer a curiosidade, não lhes restou outra alternativa senão conjunturar que o meu alheamento só podia residir ou num absurdo pedantismo ou então que a idade já não me permitia passar pelos excessos, habituais entre nós, sobretudo em eventos musicais. Logo eu, um credenciado noctívago e cervejeiro ajuramentado… É mesmo estranho, não encaixa.

“Pedantismo” ou “velhice”, em qual das duas categorias me situo? eis uma questão sobre a qual nunca procurei dar uma reposta, mesmo para comigo próprio, pese embora este “comportamento desviante” me azucrine a cachola, sempre que se anuncia mais um espectáculo.

Hoje, muito embora não se conheça para breve qualquer evento cultural musical, não resisti à tentativa de procurar uma resposta para o enigma, “clicada” após a leitura de uma entrevista de Brandford Marsalis, esse grande saxofonista norte-americano, conceddida à jornalista Cristina Fernandes, do jornal português “Público”, no passado dia 10.

No excerto dessa intervenção do Brandford, que a seguir transcrevo, julgo que pode estar a residir uma das razões porque ando na contra-mão da “moda” dos espectáculos: “Em muitas sociedades, como é o caso da norte-americana, as pessoas ainda vão aos concertos para ver e não tanto para ouvir. É por isso que quando se fala do Michael Jackson os temas são as luvas, as jaquetas, o seu comportamento ou as coisas estranhas da vida dele, mas há muito pouca discussão sobre a voz”.

Ora aí está: Haverá por aí quem possa desmentir esta leitura de um dos rebentos da família Marsalis? Ninguém, pelo simples facto de que as grandes assistências dos nossos eventos culturais serem movidas por outros motivos que não os estritamente culturais. Ou seja: pretexto para a troca de copos, fuga a uma realidade cada vez mais incontrolável, exibição das mais extravagantes futilidades, para não dizer quinquilharias (telefones, vestuário, carros, etc). Objectivamente, está-se perante mais um fénomeno de alienação das multidões e não do que devem ser os eventos culturais dignos desse nome.

De outra faceta tão interessante quanto aquela se revestem os espectáculos musicais que se realizam entre nós, mormente os que se dizem de Jazz, a maioria dos quais, tendo como cabeças de cartaz nomes nacionais e uns tantos estrangeiros.

Confesso o receio de parecer pedante mas não posso esconder o meu desacordo quanto a esta matéria, sobretudo quando os nossos promotores de espectáculos, erradamente, atribuem a este ou aquele artista ou grupo, a qualidade de executantes do género Jazz.

Se me pedirem uma definição do que é Jazz direi sem rodeios que não a tenho. De uma coisa porém estou certo: Jazz, meus senhores, pode ser tudo, menos o que se ouve em qualquer “Senta Baixo” deste país e, na melhor das hipóteses, nos momentos que antecedem a chegada dos recém-casados aos tradicionais “copos d’Agua”. Bob James e o seu “Four Play” e Jimmy Dludlu, só para citar dois nomes conhecidos, entre uma garfada e outra, sabem muito bem aos comensais esfomeados que pululam as nossas festas. O Jazz não cabe neste esquema. Tenho dito.

BB King, Hancock e Black Eyed Peas tocarão em Montreux

Posted in Uncategorized with tags , , , , on 3 de Abril de 2009 by gm54

B.B.King de volta aos palcos do Festival de Montreux

B.B. King, Herbie Hancock, Black Eyed Peas e Lauryn Hill vão apresentar-se no festival de jazz de Montreux, um dos mais importantes eventos musicais do verão europeu, anunciaram os organizadores do festival nesta.

O fundador do festival, Claude Nobs, anunciou a programação eclética da 43a edição anual do evento na cidade suíça, que acontece entre 3 e 18 de julho, com mais de mil músicos.

A edição deste ano, com 90 concertos, promete “um panorama musical de 360 graus”, dando preferência a eventos singulares e não tanto a astros que atraem públicos enormes.

“Montreux é um festival como nenhum outro. Não é preciso comprar ingressos para curtir a música: há muitos eventos gratuitos das 12h até as 5h da manhã”, disse Nobs à Reuters.

Susan Tedeschi vai abrir o show do legendário bluesman BB King, em 12 de julho. Três anos atrás King tinha feito uma despedida emocionada aos seus fãs em Montreux, na digressão que descreveu como sendo a última na Europa.

King, que está com 83 anos e já recebeu 14 Grammys, nasceu numa fazenda no Mississippi e cresceu no sul dos EUA nos tempos da segregação racial. Ele e sua famosa guitarra “Lucille” têm uma carreira que já cobre mais de seis décadas.

Dianne Reeves, Lizz Wright e Angelique Kidjo vão encabeçar um show em homenagem à activista norte-americana dos direitos civis, cantora soul e compositora Nina Simone, que morreu em 2003. Lauryn Hill vai apresentar-se depois na mesma noite, 11 de julho, no famoso palco do auditório Stravinski.

Nina Simone cantou duas vezes em Montreux, a última em 1976. Nobs recorda que o DVD desse segundo concerto mostra a cantora “tendo um acesso de raiva, insultando o público, rindo e chorando”.

Os grupos de rock Steely Dan e Dave Matthews Band vão encabeçar a festa norte-americana, a 4 de julho.

O trio McCoy Tyner e o guitarrista Jeff Beck vão se apresentar no palco “Miles Davis”, respectivamente, em 14 e 17 de julho.

Alguns veteranos que vão retornar a Montreux incluem Herbie Hancock, George Benson, David Sanborn, Solomon Burke e Marianne Faithfull.

Ganhador do Grammy, Hancock será acompanhado pelo pianista chinês Lang Lang e a Orquestra Nacional de Lyon. Os ingressos para o evento de 5 de julho, descrito como première mundial, custarão 300 francos suíços (260 dólares).

Haverá três noites de homenagem a Chris Blackwell, que fundou a gravadora Island Records na Jamaica 50 anos atrás e é visto como responsável por fazer o mundo ouvir o reggae.

O festival será encerrado por Donna Summer, em clima disco.(X)

Veteranos vencem as principais categorias do jazz no Grammy

Posted in Word Music with tags , , , , , , , , on 9 de Fevereiro de 2009 by gm54

Após 12 anos de silêncio

Cassaandra Wilson: Após 12 anos de silêncio

Assim como acontece todo os anos, as premiações das chamadas “categorias principais” são as grandes estrelas na noite de entrega dos prêmios Grammy. Pelo menos este ano, na sua 51ª edição, os artistas de r&b e rap não levaram a maioria dos gramofones dourados. Essa honra ficou com a dupla Robert Plant e Allison Krauss, com o álbum “Raising Sand”, que reuniu o ex-vocalista do Led Zeppelin e a rainha do bluegrass. A dupla ficou com os dois principais prêmios da noite, – álbum do ano e gravação do ano, pela canção “Please Read The Letter” – além de conquistar as categorias colaboração pop com vocais, colaboração country com vocais e disco folk contemporâneo.

Na categoria jazz, os veteranos Gary Burton e Chick Corea ficaram com o principal prêmio, o de melhor disco de jazz, pelo álbum “The New Crystal Silence”. Vale lembrar que a dupla também ganhou este mesmo Grammy em 1979, pelo disco Crystal Silence. A nova versão – um CD duplo – traz o vibrafone de Burton e o piano de Corea em dois momentos: ao vivo com a sinfonia de Sydney e em dueto introspectivo, com destaque para a regravação de “Señor Mouse”.

Depois de um hiato de 12 anos, quem também levou o seu Grammy para casa foi a cantora Cassandra Wilson, que ficou com o prêmio de melhor disco de jazz vocal pelo álbum Loverly. A cantora derrotou nomes como Karrin Allyson e Stacey Kent.  Na categoria melhor gravação de jazz, o trompetista Terence Blanchard ficou com o prêmio pelo tema Be-bop, que faz parte do disco “50th Anniversary All-Stars – Live At The 2007 Monterey Jazz Festival”. O jazz latino também foi premiado. O pianista Arturo O’Farrill ganhou com o disco “Song For Chico”, no qual faz uma homenagem ao seu pai, o músico cubano Chico O’Farrill.

Quem também pôde comemorar é a música brasileira, que perdeu com Gilberto Gil na categoria world music, mas “venceu” com o disco “Randy In Brasil”, do trompetista Randy Brecker. O CD ficou com o prêmio de melhor disco de jazz contemporâneo. Além da participação de músicos brasileiros, como Teco Cardoso, Andre Mehmari, Ricardo Silveira e Robertinho Silva, o disco foi produzido pelo brasileiro Ruriá Duprat. Para terminar, na categoria de melhor disco de jazz com orquestra, a tradicional The Vanguard Jazz Orchestra ficou o prêmio pelo disco “Monday Night Live At The Village Vanguard”.

Na duas categorias do blues, o veterano guitarrista B.B. King ficou com o prêmio de melhor disco de blues tradicional (One Kind Favor) – e o pianista de Nova Orleans Dr. John ganhou o de melhor disco de blues contemporâneo (City That Care Forgot).

Morre a cantora Odetta, a “voz dos direitos civis” nos EUA

Posted in Uncategorized with tags , , on 4 de Dezembro de 2008 by gm54

odetta_apA cantora americana Odetta, conhecida como “a voz dos direitos civis” dos negros, morreu na terça-feira, 2, em Nova York, em consequência de problemas cardíacos aos 77 anos, informou a imprensa americana nesta quarta.

 

A artista não pôde completar o seu sonho de poder cantar na posse do presidente eleito Barack Obama dia 20 de janeiro em Washington, segundo afirmou o seu representante, Doug Yeager, citado pelo jornal The New York Times.

 

Odetta, que interpretou músicas de folk, blues, jazz e “spirituals” (canções religiosas), foi uma figura emblemática da luta contra a discriminação racial e pelo ressurgimento da música folk americana nas décadas de 1950 e 1960, influenciando artistas como Joan Baez, Bob Dylan, Janis Joplin e o trio Peter, Paul & Mary, entre outros.

 

Um dos momentos culminantes da sua vida foi a sua participação na passeata de Washington em agosto de 1963, quando 250 mil pessoas reivindicaram os direitos civis dos negros e Martin Luther King pronunciou o seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”.

 

Odetta cantou, então Oh, Freedom, tema que remontava aos tempos da escravidão. Em 1963 o álbum Odetta Sings Folk Songs foi um dos mais vendidos do país. O seu último trabalho foi Gonna Let it Shine, um álbum com spirituals e gospel pelo qual foi indicado ao Grammy em 2007.

Maputo: Fourplay sob as acácias rubras

Posted in Uncategorized with tags on 3 de Dezembro de 2008 by gm54

fourplay-50th-grammy-celebration-021 

Os “Fourplay” apresentam-se sexta-feira, no jardim municipal da Matola, cidade-satélite da capital moçambicana Maputo, a cidade que inspirou o baixista Marcus Miller a compor o tema “Maputo” nos 1980, em parceria com o tecladista Bob James e o saxofonista David Sanborn.

Este quarteto de jazz integra exímios instrumentistas: Bob James (tecladista), Nathan East (baixista), Larry Carlton (guitarrista) e Harvey Mason (baterista).

“Nascido de uma pequena ideia” que passou pela cabeça de Bob James de viver e tocar o jazz a quatro, a banda desembarca quinta, 4, depois de ter actuado semana passada no México. Ruma depois para Johanesburgo, a capital económica da África do Sul.

Quem já se encontra a respirar os aromas da cidade das acácias (o nosso dezembro é rubro) é Bob James para, como declarou ao jornal “Notícias”,  “aproveitar sentir o pulsar de uma terra a que  venho pela primeira vez”, embora a palavra “Maputo” tenha estado na ponta da sua lingua nos dias que antecederam ao arranjo final do tema proposto por Marcus Miller.

Muita produção musical do “Fourplay” ou de cada um dos seus integrantes vai “girar” no palco do jardim municipal da Matola (de que sou vizinho). Uma miscelânia para ser mais exacto: “Elixir”, “A Summer Child”, “Between The Sheets”, entre outras.

Os seus fãs moçambicanos sabem que a sua carreira estende-se por mais de quatro décadas, marcada no início pela memorável actuação no Festival de Jazz de Notre Dame, em 1962.

 

FOURPLAY

 

Tecladista, produtor, arranjista e compositor. Os seus fãs moçambicanos sabem que a sua carreira estende-se por mais de quatro décadas, marcada no início pela memorável actuação no Festival de Jazz de Notre Dame, em 1962. Um músico de estúdio por excelência bastante requisitado por tantos músicos, Earl Klug e David Sanborn. Até mesmo como director musical da insuperável Sarah Vaughan. 27 albuns a solo, três produções clássicas – aqui tem BOB JAMES.

 

“With a Little From My Friends” é a mais importante obra do guitarrista LARRY CARLTON. “Parida” há quarenta anos exactos. Breve passagem pelo “The Crusaders”, seguida de uma carreira a solo e as inevitáveis solicitações de parcerias, entre elas,  Barbara  Streisand e Joni Mitchel, esta celebrizada, entre outros temas por “Big Yellow Taxi”. Carlton entrou para o quarteto pela vaga deixada por Lee Ritenour.

 

Phill Collins, Eric Clapton, Michael Jackson e Babyface, esses “monstros” da World Music podem testemunhar que alguns dos seus sucessos  foram escritos por NATHAN EAST. A mão deste baixista “mexeu” no “Unplugged In NYC” do BFace, 1997,   participado por EClapton, Stevie Wonder, Shanice Wilson, os Boyz II Man.  Os feitos do Nat não cabem aqui, mas aí vai mais um: digressões mundiais com Clapton durante anos tocando o “superplatinado” álbum “Unplugged”.

 

Poucos serão certamente aqueles que tiveram o privilégio de trabalhar com gigantes do jazz como Duke Ellington e Errol Garner.  Viu e viveu o nascimento e posterior “explosão” da mítica editora “Jazz Blue Note”,  “rufou” a bateria no Herbie Hancock qnd The Headhunters e em várias outras bandas, vencedoras umas de discos de ouro e outras de platina e, vejam só, tocou em 150 trilhas musicais de filmes e actuou em 11 festas de premiação dos Óscares. HARVEY MASON, de seu nome.

 

Este é o FOURPLAY  que Maputo (Matola) vai ouvir sexta-feira.  Fundado em 1991. Mais de dez álbuns, um milhão de cópias vendidas pelo mundo inteiro: clássicos, jazz, pop, rock, blues e R&B, tudo isso, é suficiente para alegrar até ao rubro as acácias da “Pérola do Índico”.