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George Lois e as suas capas para a Esquire

Posted in Artes Plásticas, Comportamento, Fotografia, Imprensa, Jornais with tags , on 6 de Abril de 2011 by gm54

Considerado um dos maiores publicitários do século 20, o nova-iorquino George Lois criou, entre 1962 e 1972, dezenas de capas icônicas para a revista masculina Esquire. As capas retratam alguns dos factos e mudanças mais importantes da década, como o feminismo, a guerra do Vietnam e as conquistas dos negros no país. Muitas delas são lembradas até hoje, como a que traz o pugilista Muhammad Ali como São Sebastião e a que mostra o artista Andy Warhol afundando numa das famosas latas de sopa Campbell. Durante todo o ano de 2008, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) exibiu uma retrospectiva do trabalho de Lois na Esquire. Abaixo, algumas das obras expostas, seguidas de comentários do artista sobre os bastidores.

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Img 1 Chamando para a briga“Em 1962, aceitei o desafio de fazer uma capa para Esquire. Uma das matérias era sobre a decisão do título mundial dos pesos-pesados, entre o campeão Floyd Patterson e o desafiante Sonny Liston. Fiz uma peça surrealista sobre a derrota e Harold Krieger fotografou esta cena na St. Nichols Arena. Ninguém apostava em Liston, mas eu sabia que ele acabaria com Patterson. Após algumas semanas, Liston o destruiu no primeiro assalto! A imprensa comentou a nossa audácia de chamar uma briga na capa e a edição esgotou.”

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Img 2 Os seios de Cleópatra“Em agosto de 1963 Esquire publicou uma matéria sobre o romance entre Richard Burton e Elizabeth Taylor que surgiu no set de filmagens de Cleópatra. Dias antes do deadline da capa, a minha esposa Rosie estava  num táxi quando viu um pôster gigante de Cleópatra a ser pintado no Teatro Rivoli. Saí a correr, aluguei um quarto no hotel do outro lado da rua e chamei o fotógrafo Carl Fisher. Os pintores já tinham acabado, saquei 20 dólares, e eles voltaram com o andaime até o local ideal da foto.”

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Img 3O primeiro Papai Noel negro “Sonny Liston foi um campeão dos pesos-pesados que não ligava para a sua imagem, já havia sido preso por assalto à mão armada. Era início dos anos 60, época da Revolução Negra, a América estava a  mudar e eu queria Liston como Pai Natal negro na Esquire. O editor Harold Hayes gostou da capa, mas foi difícil: vários anunciantes fugiram e assinantes exigiram reembolso. Dezoito anos depois, a Time descreveu a capa como ‘uma das melhores representações sociais das artes plásticas desde a Guernica de Picasso’.”

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Img 4 A capa que decolou“Para compensar a  minha recusa em criar uma típica capa “garota da capa” para a Esquire, fiz uma repleta de beleza. A reportagem tratava de viagens e, por isso, convidei 15 das principais companhias aéreas internacionais para me enviar as suas aeromoças mais bonitas. As 40 moças se divertiram, eu e o fotógrafo Timothy Galfas tivemos uma agradável experiência. As pessoas estavam a escolher as suas companhias aéreas pelas mulheres da capa, e esta tornou-se uma das mais vendidas da Esquire.”

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Img 5 Uma capa atrevida sobre o movimento feminista“Em 1965, o movimento que mais crescia era o da liberação das mulheres dos seus papéis tradicionais na sociedade. Fazer uma capa da Esquire era o ideal para chamar a atenção sobre o assunto. Queria fazer uma brincadeira com uma estrela do cinema em atitude masculina, mas inicialmente fui rejeitado por todas as beldades de Hollywood – Kim Novak, Marilyn Monroe e Jayne Mansfield. Virna Lisi, uma actriz estreante nos EUA, reconheceu o humor da pose viril e fez a barba para a capa.”

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Img 6Ed Sullivan e a peruca“Ed Sullivan apresentou a beatlemania à América no seu show de variedades. Queria colocá-lo na capa com uma peruca dos Beatles! Fui até o The Ed Sullivan Theater e acampei na entrada. Quando Sullivan saiu, fiz a  minha proposta cara a cara com ele, explicando rapidamente. Ele deu um longo olhar e sorriu de orelha a orelha. Foi o mesmo sorriso da capa em que ele usou a peruca com gosto e sorriu como Ringo.”

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Img 7A acusação ‘prematura’ da Guerra do Vietnam“As palavras são de um soldado americano no Vietnam, relatado por John Sack num longo artigo sobre uma companhia de infantaria. Ao ler o artigo esta frase me saltou aos olhos durante a descrição de uma missão de busca e destruição. Afrase mostra a reacção horrorizada de um soldado ao se deparar com o corpo de uma criança vietnamita morta. A capa mostrou ao mundo que algo estava errado. A Esquire foi duramente criticada por muitos leitores por esta acusação ‘prematura’ da guerra.”

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Img 8Outra maldita capa de mocinha“Desde a primeira capa que criei para o editor Harold Hayes, as vendas de Esquire cresceram radicalmente. Mas os anunciantes reclamavam das minhas capas controversas e as provocadoras assustaram algumas agências de publicidade. Nos anos 60, a publicidade estava confortável com mocinhas na capa e sabia que Hayes estava a planear uma matéria sobre a nova mulher americana. A inspiração para essa capa foi uma piada machista, racista e popular na época pré-feminista.”

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Img 9Muhammad Ali como mártir“Em 1967, Muhammad Ali, campeão mundial de boxe, recusou alistar-se no exército americano alegando motivos religiosos – antes, ele convertera-se ao Islão. Um júri federal condenou-o a cinco anos de prisão. Em 1968, enquanto esperava a decisão da Suprema Corte dos EUA, queria Ali na capa como São Sebastião – um romano que sobreviveu à execução por flechas após converter-se ao cristianismo – nos moldes do quadro de Francesco Botticini. A capa transformou-se num cartaz de protesto e, três anos depois, Ali foi absolvido por unanimidade.”

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Img 10 – ‘Como ensinei Nixon a usar maquiagem e tornar-se presidente’ “Fiz esta capa na primavera de 1968, antes de Richard Nixon tornar-se presidente. Esta foto foi discutida em programas de TV na década de 60. Encontrei esta foto dele num banco de imagens e fotografei quatro mãos, inclusive a mão a segurar o batom. Pouco tempo depois, o editor Harold Hayes recebeu um telefonema do secretário de imprensa de Nixon, Ron Ziegler. Ele estava irritado – na verdade, furioso – por causa do batom. Ele disse que era um ataque contra a masculinidade de Nixon.”

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Img 11Andy Wahrol devorado pela fama“Esta capa tornou-se um símbolo da Esquire, da celebração da cultura pop e da desconstrução da celebridade. O movimento Pop Art nos EUA foi lançado em 1962 por Roy Lichtenstein, James Rosenquist, Tom Wesselmann, Robert Indiana e Andy Warhol.  Este último tornou-se o artista mais conhecido do movimento. A lata de sopa Campbell’s de Warhol era o símbolo de Pop Art. Para a capa resolvi mostrá-lo a afogar-se na sua própria sopa. Nós fotografamos a lata de sopa e o artista separadamente.”

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Img 12 A capa matadora“Em novembro de 1970, enquanto William Calley aguardava o julgamento pelo seu envolvimento no massacre de cerca de 500 civis em My Lai, em 1968, a Esquire publicou um trecho de As Confissões do Tenente Calley. Eu queria mostrá-lo rodeado de crianças vietnamitas. Aqueles que pensavam que ele era inocente entenderiam e aqueles que achavam que ele era culpado também. Fotografamos no estúdio de Carl Fischer e a capa causou um furor na época.”

Charge causa protestos de negros

Posted in Artes Plásticas, Comportamento, Jornais with tags on 19 de Fevereiro de 2009 by gm54

Uma charge perturbadora

Uma charge perturbadora

Uma charge publicada na edição desta quarta-feira do jornal americano The New York Post provocou uma grande polêmica no país, incluindo vários protestos da comunidade negra. Os críticos acusam a ilustração de comparar o presidente Barack Obama a um macaco.

A charge, que o jornal define como uma paródia da política americana, mostra um polícia a atirar contra um chimpanzé sob a legenda: “Eles terão de encontrar outra pessoa para escrever o próximo pacote de estímulo econômico“.

Na terça-feira, um chimpanzé de estimação foi abatido pela polícia após ferir gravemente uma mulher. No mesmo dia, Obama sancionou um pacote de estímulo econômico no valor de 787 bilhões de dólares recém-aprovado pelo Congresso. O presidente empenhou-se na aprovação das medidas desde que tomou posse, no dia 20 de janeiro. Os críticos argumentam que a charge mistura os dois episódios com o intuito de ofender o primeiro presidente negro dos EUA.

“A charge no New York Post é, na melhor das hipóteses, perturbadora, dado o histórico de ataques racistas nos quais os negros são chamados de macacos”, disse o activista pró-direitos humanos Al Sharpton. Qualificando o desenho de “ofensivo e divisivo”, ele prometeu promover uma manifestação esta quinta-feira, 19, diante da redacção do Post. O vereador Leroy Comrie disse ter recebido vários telefonemas de cidadãos indignados. “Publicar uma charge tão violenta e racista é um insulto a todos os nova-iorquinos”, disse Comrie.

Quincy Jones: coluna no Nwe York Times

Posted in Jornais, Word Music with tags , on 23 de Janeiro de 2009 by gm54

E a música?

E a música?

O compositor e produtor Quincy Jones, de 75 anos, estreou nesta segunda-feira uma coluna no jornal americano New York Times, falando sobre suas expectativas em relação ao governo de Barack Obama – que assumiu a presidência americana dia 20, terça-feira. Jones não é o primeiro personagem do universo da música a arriscar-se pelas páginas do mais importante jornal do mundo: recentemente, Bono, líder da banda irlandesa U2, passou a assinar uma coluna para a publicação.

A decisão de convidar famosos para escrever colunas opinativas para o jornal pretende atrair mais leitores para o New York Times, revertendo as perdas provocadas pela diminuição da receita publicitária. Os responsáveis pelo jornal acreditam que ícones como Jones e Bono têm perspectivas de vida que farão com que a leitura das suas colunas seja uma óptima experiência.

New York Times vende espaço de anúncios na primeira página

Posted in Imprensa, Jornais with tags on 6 de Janeiro de 2009 by gm54

Os efeitos da crise

Os efeitos da crise

O jornal The New York Times anunciou que vai vender espaços para anúncios com textos e imagens na sua primeira página, na mais recente medida em busca por novas maneiras de ganhar dinheiro, enquanto enfrenta a queda prolongada da sua receita publicitária.

O primeiro anúncio, que saiu na parte inferior da primeira página da edição desta segunda-feira, é da emissora CBS.

Uma porta-voz do jornal negou revelar quanto o jornal cobrou pelo anúncio e quanto espera receber anualmente pelo espaço publicitário. Não foi possível obter declarações imediatas de uma representante da CBS.

O anúncio, um rectângulo de 2,5 polegadas de altura, cobriu a parte inferior da primeira página. O NYT já publicou anúncios classificados na sua primeira página, geralmente algumas linhas de texto posicionados discretamente na página. Não ficou claro, de imediato, se anúncios com texto e imagens já apareceram na primeira página antes na história do jornal.

Devido a seu posicionamento destacado, esses anúncios frequentemente podem render muito mais dinheiro que os publicados nas páginas internas do jornal.

Alguns jornalistas do Wall Street Journal, pertencente à News Corporation, de Rupert Murdoch, fizeram objecções à decisão do jornal de publicar anúncios com texto e imagens na primeira página, mas eles raramente chamam a atenção hoje. O USA Today, maior jornal norte-americano em termos de circulação, pertencente à Gannett Co Inc, também publica anúncios de primeira página.

Como outras editoras de jornais dos EUA, a The Times está a esforçar-xe para manter a sua saúde financeira e saldar dívidas, ao mesmo tempo em que a crise financeira mundial exacerba um declínio já alarmante na receita publicitária.

A empresa está a tentar vender a sua participação de 17,5 por cento na holding que é dona do time Boston Red Sox, disse à Reuters no final do mês passado uma fonte. Pelo menos uma pessoa já abordou a Times para discutir a possibilidade de comprar o jornal The Boston Globe, disse à Reuters na semana passada uma fonte bem informada sobre o assunto.